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junho 20, 2014

Luis Suárez, o craque da Copa de Mundo de 2014

Mais um toque dramático da seleção uruguaia: o fisioterapeuta de Luis Suárez tem câncer. Nenhum roteiro de Hollywood trabalharia com tantos elementos melodramáticos, com tamanha dose de carga emocional. Acho uma pena não termos mais em nosso futebol personagens assim. Polêmicos, desafiadores, meio doidos. Garrincha, Heleno de Freitas, Edmundo, Romário, Renato Gaúcho ... essa linha de jogadores parece em extinção por aqui. 

Fato que devemos lamentar muito porque esses jogadores, independente da bola que jogam, encarnam com suas marras, suas atitudes extremas e desembestadas, uma dose de irresponsabilidade que equipara o futebol ao rock'n'roll.

Desde que o mundo é mundo os astros do rock são extremos. Amy Winehouse, Kurt Cobain, Janis Joplin, entre tantos outros, são essenciais para a continuidade do verdadeiro espírito do rock. São transgressores, polêmicos, exagerados. Não merecem envelhecer e morrer como nós, pobres mortais. Devem perecer jovens e entrar no hall mitológico. Devem quebrar todas as regras e mostrar ao mundo o que é viver dez anos a mil. Ainda que a decadência de uns e outros seja inevitável, personagens como Suárez tornam o futebol, a arte do futebol, mais divertida, mais controversa, mais engraçada. 

Ele morde os adversários, esquece o fairplay, dá declarações racistas e, gostando dele ou não, estraçalha a bola quando entra em campo. Messi? Um chato. Neymar? Um boneco. Cristiano Ronaldo? Um boneco chato. Suárez? Um craque à moda antiga. 

Desde ontem, quando despachou a Inglaterra 20 dias após operar o joelho, Suárez, para mim, é o craque dessa Copa do Mundo. Um craque de personalidade, que chama para si a responsabilidade do jogo e não some quando tudo vai mal.

Sou fã.  

Uma seleção sem drama

Minha falta de entusiasmo pela seleção brasileira vem dos idos de 1994. Foi a última Copa que me pegou pelo coração. A partir de então vibro mais com seleções alheias. Sabe ... a seleção brasileira é muito sem graça. Muito sem graça mesmo. Detectei o problema hoje quando vi a matéria sobre o craque uruguaio Luis Suárez, após sua monumental partida contra a Inglaterra. 

Menos cabelo e mais futebol!

A seleção brasileira é sem carisma. Tudo é fake. O cabelo do Neymar, as caretas do David Luiz, as modas do Daniel Alves, acho que até a bunda do Hulk. Tudo parece pasteurizado, programado, igual. Não há um toque dramático que nos faça chorar ou sofrer. Uma seleção sem sal.

Em 1994, o Brasil torcia contra o Brasil. Eu torcia para a seleção para ser do contra. E porque tinha o Dunga querendo dar a volta por cima, o Romário bad-boy no auge da carreira, toda aquela turma da seleção de 90 meio que com gana de dizer que não eram mercenários, a morte do Senna. Um contexto para lá de dramático. Quando o mundo dizia que o Brasil não ia ganhar, ganhou. Quer enredo melhor?


Em 1998 teve aquele drama do Ronaldo que até hoje ninguém sabe dizer o que foi. Mas tinha o Zagallo raivoso, gritando que tinham que engoli-lo a qualquer custo. Um senhor de cabelos brancos aos berros nos pênaltis contra a Holanda. Era irresistível. Uma seleção envelhecida, meio doida, com o Dunga dando cabeçada no Bebeto em pleno jogo. Um descontrole total, mas que nos levou ao vice-campeonato.

Em 2002 tinha o Ronaldo desacreditado. Eu mesma achei que ele nunca mais chutaria uma bola depois de ver seu joelho se partir em pedaços no jogo da Inter. Tinha o Felipão, a tal família Scolari. Tudo bem .. Tinha o Roque Júnior, o Vampeta, mas justamente por isso era hilário ver o Brasil jogar. Não morri de amores, mas foi legal ver o Ronaldo dar a volta por cima. 

A Copa seguinte, 2006, foi uma palhaçada tão grande que nem vale comentar. Foi o primeiro passo de distanciamento. Aquilo foi um circo. Só faltou o pão. Faltou porque os jogadores estavam obesos e devem ter comido tudo. Na África do Sul aí que eu não torci mesmo. Dava para vibrar com um time dirigido por um técnico grosso como o Dunga?
E com Felipe Melo no meio-campo? Foi o divórcio. Resolvi não torcer mais pela seleção. E não torci. Como até hoje não fico nervosa, não fecho os olhos, não saio da sala. Se ganhar, ganhou e, se perder, perdeu.

Porque desde 2006 a seleção do Brasil é uma água de salsicha. Desinteressante. Cheia de jogadores que eu nunca vi jogar e que não merecem estar ali. A desse ano é a mesma coisa. Todos os jogadores mega estrelas, crianças mimadas como li outro dia, fazendo propaganda de seus patrocinadores nas redes sociais entre um treino e outro e com um futebolzinho ridículo. 

Daí que você olha para o vizinho Uruguai e sente toda a dramaticidade, digna de Janete Clair, nos manos celestes. Tem o Suárez operado, lutando contra o tempo. Tem o Lugano machucado. Tem a derrota contra a Costa Rica. A eliminação eminente, o jogador expulso. Nem Janete Clair faria melhor. O segundo adversário? Inglaterra. 

E não é que Suárez destrói o jogo marcando dois golaços? Dois golaços sem aquelas firulas irritantes do Neymar! E no meio do jogo um uruguaio apaga após uma cabeçada, cai nocauteado, e não se deixa substituir! Sensacional! Puro drama latino-americano!!! 

Torci para a Inglaterra, mas no fundo não deixei de vibrar com a vitória uruguaia. Sem eles a Copa ficaria sem graça. Apesar de achar difícil que essa Copa tão surpreendente fique chata em algum momento. Invejo, sobretudo, os uruguaios apaixonados, transbordando garra por todos os poros, fazendo de qualquer jogo uma decisão. 

A nós resta a velha e batida família Scolari. Chata, sem graça e sem sal. 



setembro 27, 2011

Ainda sobre futebol


O tal “estilo brasileiro” seria apenas produto de uma invenção cultural de jornalistas e acadêmicos ou significaria um processo empírico de apropriação cultural, no qual o movimento corporal do brasileiro teria imprimido uma nova estética ao jogo? 

Acho que as duas coisas. Claro que a imprensa, testemunha de um tempo que alguns não viram, diz que tais e tais jogadores eram mágicos e sensacionais, cria nas pessoas a idéia que aqueles jogadores eram de fato fora da curva. E temos a sensação que como eles, todos eram. Mas não deviam ser, né? Para cada Garrincha, quantos pernas de pau? Até aqui acho que todos pensam como o texto acima, tirado do resumo da aula. Mas vejam que questão interessante:

Curiosamente, só se fala sobre o dito “estilo brasileiro” de jogar futebol em jogos internacionais, em que a seleção está presente; em jogos regionais, a imprensa raramente cita qualquer termo que possa remeter ou fazer referência a ele. 

E num é? Temos aqui a mão forte de Gilberto Freyre lá na década de 30 ajudando a formar o que conhecemos hoje como identidade nacional. Quando lembro das teses da Copa de 90, onde os teóricos do futebol achavam que ganharíamos a Copa do Mundo jogando no melhor estilo europeu, sinto vergonha daquela seleção e de tudo que ela representou. Quatro anos depois, a seleção campeã, praticamente sofreu bullying por ganhar jogando feio. Somos então um povo esquizofrênico. Acho que até hoje não sabemos se queremos o título ou o melhor futebol. 

Mitos e verdades sobre o futebol

Tenho a tesa que não podemos nos aproximar muito de nossos mitos pois são mitos apenas para a gente, né? No reservado de suas casas, fazem os mesmo que nós. Mas por artimanhas de tudo quanto é sorte, achamos que flutuam, que estão sempre de bem com a vida, são inteligentíssimos e que tais.

Sempre gostei de futebol e detesto teorias sobre ele. Odeio o discurso de que "antigamente é que era bom". Na verdade, tudo antigamente era bom pelo visto. Mas eu gosto mesmo é do tempo de hoje, pois é hoje que eu vivo. Daí que resolvi arriscar e fui até a Casa do Saber fazer um curso rápido, ou melhor, refletir um pouco sobre o famoso futebol. Sim, caro leitor, há estudiosos do futebol. Cientistas sociais, psicólogos, sociólogos, antropólogos .. todos guardam suas paixões em algum lugar e se deparam com a ciência do futebol.

Certa vez vi um entrevista do Cereza onde ele dizia que futebol era o esporte mais difícil de ser praticado pela distância entre cabeças e os pés. Achei tão interessante. Mas isso pouco importante agora ... "Mito e verdades do futebol" resolve desafiar aqueles lugares comuns que ouvimos a torto e a direito sobre o nosso jeito muito peculiar de jogar futebol. Somos mesmo o país do futebol? Temos mesmo um estilo, um jeito diferente de jogar? O futebol nos define?

Grandes frases ditas durante uma partida de futebol

Grandes frases ditas durante uma partida de futebol:

- O gol é enorme!

- E a bolinha trabalhando neste sábado!

maio 08, 2009

Dúvida

Vou fazer uma correção no post. Originalmente coloquei que o Adriana jogava no Milan.
ERRADO!

Ele jogava na Inter de Milão. O que não impede o estranhamento diante da súbita recuperação do craque (ops!).

Ainda quero tomar o antidepressivo que ele tomou. É melhor que catuaba: levanta tudo e mais um pouco.

Diante dessa história bizarra onde o nosso complexo de vira-lata acha absurdo Adriano trocar Milão pela favela, me chama a atenção não o fato de o jogador largar a Europa justamente por não querer mais ser jogador de futebol profissional, mas sim peladeiro. Explico: enquanto todos se espantam com a opção pela probreza, o ato de Adriano mostra que nossos jogadores (poucos até) ao atingirem determinado status não querem mais obrigações. Gostam de jogar, mas não apreciam a vida de atleta. Como Romário só tem um, não é todo mundo que pode conciliar noitadas com partidas. Até porque, Romário não bebe. Dorme até tarde e acorda pronto para jogar.

A volta de Adriano ao combalido futebol carioca e todo estardalhaço diante do fato mostra que esses jogadores optam pelo Rio e, principalmente, pelo Flamengo, porque aqui impera a zona. Adriano venderá muitas camisas, colocará o clube nas páginas esportivas e para isso não precisa jogar muito. Um, dois gols e voilá. Assim, ele mantém sua rotina de Pica Pau: bebidas, mulheres e iates. E, claro, de vez em quando vai lá e marca um gol.