Mais um toque dramático da seleção uruguaia: o fisioterapeuta de Luis Suárez tem câncer. Nenhum roteiro de Hollywood trabalharia com tantos elementos melodramáticos, com tamanha dose de carga emocional. Acho uma pena não termos mais em nosso futebol personagens assim. Polêmicos, desafiadores, meio doidos. Garrincha, Heleno de Freitas, Edmundo, Romário, Renato Gaúcho ... essa linha de jogadores parece em extinção por aqui.
Fato que devemos lamentar muito porque esses jogadores, independente da bola que jogam, encarnam com suas marras, suas atitudes extremas e desembestadas, uma dose de irresponsabilidade que equipara o futebol ao rock'n'roll.
Desde que o mundo é mundo os astros do rock são extremos. Amy Winehouse, Kurt Cobain, Janis Joplin, entre tantos outros, são essenciais para a continuidade do verdadeiro espírito do rock. São transgressores, polêmicos, exagerados. Não merecem envelhecer e morrer como nós, pobres mortais. Devem perecer jovens e entrar no hall mitológico. Devem quebrar todas as regras e mostrar ao mundo o que é viver dez anos a mil. Ainda que a decadência de uns e outros seja inevitável, personagens como Suárez tornam o futebol, a arte do futebol, mais divertida, mais controversa, mais engraçada.
Ele morde os adversários, esquece o fairplay, dá declarações racistas e, gostando dele ou não, estraçalha a bola quando entra em campo. Messi? Um chato. Neymar? Um boneco. Cristiano Ronaldo? Um boneco chato. Suárez? Um craque à moda antiga.
Desde ontem, quando despachou a Inglaterra 20 dias após operar o joelho, Suárez, para mim, é o craque dessa Copa do Mundo. Um craque de personalidade, que chama para si a responsabilidade do jogo e não some quando tudo vai mal.
Sou fã.
Um comentário:
Que texto lindo sobre o jogador! Gostei imensamente, fiquei emocionada.
dentrodabolh.blogspot.com
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