Quando eu estudava roteiro, todos os meus professores diziam que nenhuma ficção se compara à realidade. Diante do trágico acidente que matou o candidato à presidente Eduardo Campos, fica para mim mais evidente que nada é tão surpreendente quanto às ironias da vida. Quando a gente percebe o quanto somos impotentes diante dos fatos, fica complicado até seguir adiante, mesmo sendo necessário.
E é estranho sofrer ou se abalar por alguém que não conhecemos ou sequer vimos um dia. Mas a vida e suas surpresas nos deixa de mãos atadas diante de tanta dramaticidade. Uma reviravolta com requintes de William Shakespeare. Acho impossível que, nem que por um minuto do dia, a gente se pegue refletindo sobre o futuro, o presente, o passado.
Eduardo Campos, claro, não era o Salvador da Pátria que nós, brasileiros, sempre esperamos. Mas surgia como alternativa em um cenário político velho, desgastado. Aqueles olhos azuis profundos, vivos. Eu me sentia muito propensa a acreditar nele e gostar dele. Por isso, quando me dei conta de sua morte senti o sangue fugir, as pernas tremerem. Essa não é a sensação da perda. Mas a sensação de total e absoluta falta de controle do nosso destino.
Ontem rezei muito por ele e espero que ele fique bem aonde quer que esteja.
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