setembro 27, 2011

Ainda sobre futebol


O tal “estilo brasileiro” seria apenas produto de uma invenção cultural de jornalistas e acadêmicos ou significaria um processo empírico de apropriação cultural, no qual o movimento corporal do brasileiro teria imprimido uma nova estética ao jogo? 

Acho que as duas coisas. Claro que a imprensa, testemunha de um tempo que alguns não viram, diz que tais e tais jogadores eram mágicos e sensacionais, cria nas pessoas a idéia que aqueles jogadores eram de fato fora da curva. E temos a sensação que como eles, todos eram. Mas não deviam ser, né? Para cada Garrincha, quantos pernas de pau? Até aqui acho que todos pensam como o texto acima, tirado do resumo da aula. Mas vejam que questão interessante:

Curiosamente, só se fala sobre o dito “estilo brasileiro” de jogar futebol em jogos internacionais, em que a seleção está presente; em jogos regionais, a imprensa raramente cita qualquer termo que possa remeter ou fazer referência a ele. 

E num é? Temos aqui a mão forte de Gilberto Freyre lá na década de 30 ajudando a formar o que conhecemos hoje como identidade nacional. Quando lembro das teses da Copa de 90, onde os teóricos do futebol achavam que ganharíamos a Copa do Mundo jogando no melhor estilo europeu, sinto vergonha daquela seleção e de tudo que ela representou. Quatro anos depois, a seleção campeã, praticamente sofreu bullying por ganhar jogando feio. Somos então um povo esquizofrênico. Acho que até hoje não sabemos se queremos o título ou o melhor futebol. 

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