setembro 03, 2006

Por onde andei - Noroeste Fluminense

Quase fui a Itaperuna. Vocês podem até dize .. que merda, hein. E eu vou concordar. De todas as regiões do Rioi essa é a mais feia. Ou ao menos a menos tratada. Por favor, moradores do Noroeste não se ofendam, quero falar mal pra ver se alguém toma uma providência.

O passeio começou por Itaocara. Itaocara tem duas entradas. Uma oficial, meio poesia concreta, onde se vê uma escultura que parece aquele jogo de palitinho, que você vai tirando e eles não podem se mexer. Feio. A outra entrada é por uma ponte e nem parece que você entrou na cidade. Então ... a cidade é ajeitadinha. Nem feia, nem bonita. E como chovia, pouco vi. De Itaocara fui para Cambuci. Bucólica. A estrada é HORRÍVEL. Digamos que se eu tivesse transportando leite, por exemplo, teria chegado lá com as tinas vazias. Na verdade, aquilo não é uma estrada. São buracos com pingos de asfalto. Lá fomos nós sacolejando. Descobri uma coisa interessante: nesses locais, que são cercadas por outras pequeninas cidades, os cemitérios ficam longe das cidades e em morros. Então você passa pelas paisagens e vê um cemiteriozinho assim de 20, 30 covas. Simples. De Itaocara para Cambuci vi alguns. Todos pequenos. Ou seja, ou as pessoas enterram seus mortos nos quintais e ou se morre pouco nesses locais. Ah .. fico pensando como o pobre do morto chega ali naquelas estradas.

Em Cambuci fiquei sentada na pracinha local admirando a paisagem que eram, na verdade, duas antenas de celular enormes que ficam no meio da cidade. Mas havia uma neblina, uma montanha, uma linha de trem cruzando a cidade. A antiga estação virou a Câmara de Vereadores. E é claro que tinha o maluco local andando de um lado para outro falando coisas sem sentido. E é claro que ele veio conversar comigo em algum momento.

Outro coisa que descobri é que papel higiênico é artigo raro na região. Como tava frio eu fui ao banheiro algumas vezes e olha ... foi complicado. Minhas sorte é que estava de absorvente e ia trocando de parada em parada. No kit interior vai rolar um rôlo de PH.

Ainda em Cambuci comprei uma garrafa de mel (que quebrei dias depois) e vi que tinha outra pracinha quando fui tirar dinheiro no Banco do Brasil. Mas fiquei na pracinha mais central, digamos assim, onde tinha o comércio. Lá tem o Bar do Tricolor. Não tão enfeitado quando o de Lumiar, mas Tricolor. E o bar tricolor tinha um dos piores banheiros que eu já vi. Fui fazer xixi na pousada local.

Quando a fome apertou fomos a uma padaria - eu, motorista e fotógrafo - e compramos um requeijão local, muito bom, que me lembrou o requeijão que o irmão do meu avô fazia lá na Cubiça. A Cubiça, pra quem não sabe, é a fazenda onde meu avô nasceu. Procurem no Google Earth por Serrinha, na Bahia, e lá se viremm para achar a Cubiça. Se acharem me falem porque vai ser uma grande emoção pra mim ver a Cubiça lá do alto!!!

Então .. pedimos o queijo. A dona da padaria .. de uma simpatia ímpar, se comunicava via muxoxos. Sabem o que é muxoxo?

São barulhos incompreensíveis que a gente faz quando não quer dar papo para uma pessoa. Então foi tipo assim:

- Tem coca-light?

- humptgsfra...

- Tem canudo?

- ramgtksm ...

- Quanto é esse queijo?

- hertshjskk..cinco reais..kshjuusk...

- A senhora pode arranjar uma faca?

- punnshtrreslllçs...

Duro, né?

Em São José de Ubá, minha parada seguinte, encontrei a Juju, a moça oposta a moça do muxuxo de Cambuci. Antes de chegar a Juju quero dizer que perto de Cambuci tem um famoso alambique que não pude visitar por conta da pressa. Se um de meus 415 leitores passarem por lá, please, comprem uma cachacinha pra mim.

Pé na estrada e lá fomos nós sacolejando para São José de Ubá. E pra chegar lá adivinha por onde passei? Itaocara! Cruzamos o monumento de novo! E lá fomos nós sacolejando, sacolejando, sacolejando .. até que uma hora a estrada melhorou e chegamos a aprazível localidade de São José de Ubá debaixo de uma chuva fina e com muita fome. Como tínhamos uma certo tempo disponível resolvemos catar um lugar para comer. Um lugar para almoçar às 16h numa cidade de interior é como procurar o Bin Laden nas montanhas do Afeganistão. Até que passamos pelo restaurante da Juju - Comida caseira e quentinha. Juju já estava fazendo os bolinhos para os cachaças da noite quando chegamos famintos. Juju, de uma simpatia ímpar e par, foi catar as panelas de arroz, feijão, saladinha, uma maionese, cortou uns tomates, lavou uns alfaces e nos serviu. O auge foi quando ela pegou uma carcaça de frango composta por meio peito, uma asa e duas coxas.

Olha .. não sei se eu estava com muita fome ou se a comnida estava mesmo boa. Sei que comi com gosto, perdi a linha. Delícia. Horas depois eu voltei ao Juju para fazer xixi e descobri que lá não tinha banheiro. Bom, né. Fui fazer xixi num posto na estrada no caminho de volta.

E a volta foi loooooonge .... passamos por onde .. adivinhem ... ITAOCARA!!!

Pra resumir: só fui achara papel higiênico em banheiro em Friburgo .. quase 200 km depois!!!!!

Tava um frio de rachar e me deu um sono danado. Mas comi uma sopinha em Friburgo que, como diria Robertinha, "fez feliz". Sei que demorei tanto para chegar em casa que quando saí do carro o banco veio atrás de mim!!!!

Até a próxima viagem!!!!

11 comentários:

Anônimo disse...

"Então você passa pelas paisagens e vê um cemiteriozinho assim de 20, 30 covas. Simples. De Itaocara para Cambuci vi alguns. Todos pequenos. Ou seja, ou as pessoas enterram seus mortos nos quintais e ou se morre pouco nesses locais."

Eu acho que tem poucas covas porque sempre tem muito poua gente morando nesses lugares 'ermos'...

Anônimo disse...

"Então você passa pelas paisagens e vê um cemiteriozinho assim de 20, 30 covas. Simples. De Itaocara para Cambuci vi alguns. Todos pequenos. Ou seja, ou as pessoas enterram seus mortos nos quintais e ou se morre pouco nesses locais."

Eu acho que tem poucas covas porque sempre tem muito poua gente morando nesses lugares 'ermos'...

Anônimo disse...

Olha realmente tenho que tirar o chapéu pra vc...
Acho q vc queria mesmo era fazer um programa de índio...e conseguiu...
Sugiro q vc volte ao noroeste fluminense mas agora pra conhecer as cidades q valem a pena...
Então vai a dica: Itaperuna é a maior cidade da região e o mês de maio é festa da cidade...
Santo Antonio de Pádua também é uma opção interessante principalmente no final de julho qdo acontece a festa da cidade...
E Bom Jesus do Itabapoana na divida com o Espírito Santo, ao meu ver o povo mais animado da região noroeste...Festa de Agosto começa dia 10/8, Festa Fantasia(novembro)está entre as 10 melhores festas à fantasia do Brasil...Santa Festa(semana santa) e festa do gorro(natal)...
É isso aí...com certeza vc vai encontrar papel higiènico...
Valeu!!!

Érika Poeys disse...

É uma pena que pessoas mal informadas como vc andem por aki pelo noroeste fluminense e só conseguem enxergar aquilo que interessa, ou não interessa sei lá.
Fazemos parte de uma região pobre, é verdade, mas de povo trabalhador e ocupado. Dificilmente em nossa região terá alguem desocupado para sair pelas estradas viajando a toa e levando na bagagem a impáfia de sentir-se superior àquelas pessoas encontradas nos lugares visitados.
Lamentável o seu comentário e suas críticas qeu sinceramente não achei nada construtivas, pelo contrario, debochadas e com apelo pejorativo.
Creio q vc deva morar num paraíso onde sair de casa deve ser algo sem o menor risco e balas perdidas... vc nem deve saber do que se trata né?

Gésio Assis disse...

Caraca, tu devia tar louca mesmo, como vc conseguiu, ir de itaocara pra cambuci, voltar pra itaocara, ir pra são josé de ubá, e não notar a melhor cidade da região, Pádua é claro, aqui o povo é ótimo, e com certeza vc ia encontrar papel higiênico, rsrsrsrs

Anônimo disse...

Acessando ao site desciclopedia encontrei em um artigo sobre o noroeste fluminense um link que indicava esse blog e realmente é assustador a visão que algumas pessoas de outras regiões do estado veem o noroeste. A região é realmente a mais pobre e atrasada do estado, mas as cidades e as pessoas não têm culpa disso e "diário" que você fez sobre sua estadia aqui realmente demonstra essa mentalidade. Saiba que Itaperuna a maior cidade da região (onde eu nasci, moro e sou feliz) está entre as 20 maiores do estado (o estado têm 92) e está entre as 300 maiores do Brasil (sendo que o país tem mais de 5 mil cidades). Itaperuna está em franco desenvolvimente, nos últimos 10 anos muita coisa mudou aqui, várias indústrias e empresas de renome nacional e internacional se instalaram aqui, e também temos o melhor e mais bem equipado hospital do país e um dos melhores do mundo (Hospital São José do Avaí), além de outros hospitais e clínicas, temos um comércio forte e diversificado, aqui você encontra tudo o que você quer aqui você encontra. E temos identidade, coisa que a galera da baixada e região metropolitana não tem, a maioria nasce em uma cidade suja e feia dessa regiões que citei e dizem que são cariocas, essas cidade não tem história, origem, nada, são apenas dormitórios, pois tudo que fazem é no Rio de Janeiro, trabalham no Rio, estudam no Rio, se divertem no Rio, etc. Antes de falarem alguma coisa deveriam pesquisar mais.
Abraço e sucesso.

Anônimo disse...

Acessando ao site desciclopedia encontrei em um artigo sobre o noroeste fluminense um link que indicava esse blog e realmente é assustador a visão que algumas pessoas de outras regiões do estado veem o noroeste. A região é realmente a mais pobre e atrasada do estado, mas as cidades e as pessoas não têm culpa disso e "diário" que você fez sobre sua estadia aqui realmente demonstra essa mentalidade. Saiba que Itaperuna a maior cidade da região (onde eu nasci, moro e sou feliz) está entre as 20 maiores do estado (o estado têm 92) e está entre as 300 maiores do Brasil (sendo que o país tem mais de 5 mil cidades). Itaperuna está em franco desenvolvimente, nos últimos 10 anos muita coisa mudou aqui, várias indústrias e empresas de renome nacional e internacional se instalaram aqui, e também temos o melhor e mais bem equipado hospital do país e um dos melhores do mundo (Hospital São José do Avaí), além de outros hospitais e clínicas, temos um comércio forte e diversificado, aqui você encontra tudo o que você quer aqui você encontra. E temos identidade, coisa que a galera da baixada e região metropolitana não tem, a maioria nasce em uma cidade suja e feia dessa regiões que citei e dizem que são cariocas, essas cidade não tem história, origem, nada, são apenas dormitórios, pois tudo que fazem é no Rio de Janeiro, trabalham no Rio, estudam no Rio, se divertem no Rio, etc. Antes de falarem alguma coisa deveriam pesquisar mais.
Abraço e sucesso.

Anônimo disse...

Acessando ao site desciclopedia encontrei em um artigo sobre o noroeste fluminense um link que indicava esse blog e realmente é assustador a visão que algumas pessoas de outras regiões do estado veem o noroeste. A região é realmente a mais pobre e atrasada do estado, mas as cidades e as pessoas não têm culpa disso e "diário" que você fez sobre sua estadia aqui realmente demonstra essa mentalidade. Saiba que Itaperuna a maior cidade da região (onde eu nasci, moro e sou feliz) está entre as 20 maiores do estado (o estado têm 92) e está entre as 300 maiores do Brasil (sendo que o país tem mais de 5 mil cidades). Itaperuna está em franco desenvolvimente, nos últimos 10 anos muita coisa mudou aqui, várias indústrias e empresas de renome nacional e internacional se instalaram aqui, e também temos o melhor e mais bem equipado hospital do país e um dos melhores do mundo (Hospital São José do Avaí), além de outros hospitais e clínicas, temos um comércio forte e diversificado, aqui você encontra tudo o que você quer aqui você encontra. E temos identidade, coisa que a galera da baixada e região metropolitana não tem, a maioria nasce em uma cidade suja e feia dessa regiões que citei e dizem que são cariocas, essas cidade não tem história, origem, nada, são apenas dormitórios, pois tudo que fazem é no Rio de Janeiro, trabalham no Rio, estudam no Rio, se divertem no Rio, etc. Antes de falarem alguma coisa deveriam pesquisar mais.
Abraço e sucesso.

Anônimo disse...

Olá quero dizer que vc foi muito infeliz nessa sua publicação!

Sou Carioca nasci no suburbio do Rio de Janeiro! e conheci o noroeste fluminense pessoalmente em 2003 mas precisamente as cidades de Itaperuna,Italva e Cambuci, e me instalei numa cidadezinha aconchegante pacata, mas muito alegre São João do Paraiso, 3ª Distrito de Cambuci, é onde tem o melhor carnaval da região, na minha opinião e tambem tem uma festa de junho muito boa, as quando voltar a Cambuci, procure visitar a cachoeira de Cambuci, coisa linda de se ver! tive experiencias fora de serie nessa região, ir pro mato caçar lagarto, e comer a carne dele, pescar num rio, e fritar o peixe ali mesmo na companhia de uma Camposinho (cachaça) a melhor da região, comer rã, entre muitas outras coisas, hoje como trabalho embarcado numa Plataforma da Petrobras, estudo até a possibilidade de ir viver em São João do Paraiso! mas é isso a Proxima vez que ter a oportunidade de visitar essa região procure as coisas boas e interessantes das cidades e de seus Distritos.

Anônimo disse...

Bom, queria comentar sobre sua péssima visão 'dos cemitériozinhos citados'.Pelo que me consta.. a sua pessoa refere-se ao cemitério da minha cidadezinha distrital de cambuci, é siim em um morro, tem poucas covas pra quem vee realmente, mas ignorante aquele que faz uma idéia tão minúscula como a tua, poucas covas pelo simples fato de terem poucas familias (onde cada uma tem a sua cova) e pelo simples fato da taxa de mortalidade aqui ser pequena, porque pacatas cidades são otimas para de viver, ROÇA tem esse benefício ao menos. VIVER BEM em termos. Fiquei decepcionada em ver uma postagem de tão pequena informção.Nossa região é pobre sim, e infelizmente so quem é daqui ou quem quer ver algo de interessante consegue ver o que há de bom por aqui. Um apelo: mandem pessoas humildes, mente aberta, para uma proxima visita as localidades, tenho certeza que o nivel da matéria será outro.

Fê Defanti disse...

Ridículos os seus argumentos. E ainda tem gente que aplaude certos tipos de comportamentos. Sim, sou moradora do Noroeste Fluminense, mais especificamente de CAMBUCI, e sim, exatamente a cidade que você se refere em quase todo o seu texto. Me orgulho em dizer que sou cambuciense, e não tenho nem um pingo de vontade de sair daqui algum dia. A região é pobre sim, de povo humilde e acolhedor (coisa que você não é nem um pouco). Pessoas desenformadas são assim mesmo!
E me horrorizei no trecho que você sita " Ou seja, ou as pessoas enterram seus mortos nos quintais e ou se morre pouco nesses locais". Você acha que isso é um tipo de crítica? Eu te respondo.. Não, isso é uma falta de respeito.
Me entristeço em saber que nesse mundo a fora existem milhares de pessoas desse nível.