Piscina Tony
Apesar da pressa em querer crescer, que me abateu algumas vezes, tive uma infância privilegiada. Joguei bola na rua, subi em árvore, fiz de um tudo e de um pouco. Passava três meses em Serrinha City, bucólica cidade do interior baiano, correndo com o pé no chão, caindo, comendo manga no pé, andando a cavalo. Foi legal em todos os sentidos. Adorei todas as partes e faria tudo de novo se pudesse voltar atrás.
Um clássico de Serrinha City era a piscina Tony comprada pelo vovô e devidamente instalada no quintal da casa. A piscina Tony era uma festa todo dia, que nos serviu até pouco tempo. Já grandinhos, fazíamos churrasco à beira da piscina. Luxo só. Pena que naquela época não havia CD´s Lounge. Hoje eu poderia lançar o "Ambient Tony" ou "Ambient Serrinha".
Já pensaram.
Um clássico também da piscina Tony foi um porre que eu e Flávia tomamos na noite anterior à viagem rumo a Serrinha City. Saímos, bebemos todas e viajamos na maior ressaca. Chegamos lá, sol do sertão comendo no centro e vovô empolgadíssimo com as visitas, tratou logo de encher a piscina. Mangueirinha já instalada, botamos o biquini e fomos curar a ressaca. Flávia, praticamente dormindo sentada, deitou de bruço, queixo apoiado nas mãos, olhos fechados. Eu, conversava com ela, relembrando alguns micos da noite anterior. Bato o olho nela e vejo a bruta dormindo, água quase na boca, prestes a se afogar.
Como eu ia explicar para a mãe da bruta que uma mulher de 1,70m tinha se afogado numa piscina Tony com água na canela?
Levei a bruta pra cama e fui tomar uma cerveja para rebater o porre.
maio 06, 2003
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário