maio 06, 2003

Piscina Tony

Apesar da pressa em querer crescer, que me abateu algumas vezes, tive uma infância privilegiada. Joguei bola na rua, subi em árvore, fiz de um tudo e de um pouco. Passava três meses em Serrinha City, bucólica cidade do interior baiano, correndo com o pé no chão, caindo, comendo manga no pé, andando a cavalo. Foi legal em todos os sentidos. Adorei todas as partes e faria tudo de novo se pudesse voltar atrás.

Um clássico de Serrinha City era a piscina Tony comprada pelo vovô e devidamente instalada no quintal da casa. A piscina Tony era uma festa todo dia, que nos serviu até pouco tempo. Já grandinhos, fazíamos churrasco à beira da piscina. Luxo só. Pena que naquela época não havia CD´s Lounge. Hoje eu poderia lançar o "Ambient Tony" ou "Ambient Serrinha".

Já pensaram.

Um clássico também da piscina Tony foi um porre que eu e Flávia tomamos na noite anterior à viagem rumo a Serrinha City. Saímos, bebemos todas e viajamos na maior ressaca. Chegamos lá, sol do sertão comendo no centro e vovô empolgadíssimo com as visitas, tratou logo de encher a piscina. Mangueirinha já instalada, botamos o biquini e fomos curar a ressaca. Flávia, praticamente dormindo sentada, deitou de bruço, queixo apoiado nas mãos, olhos fechados. Eu, conversava com ela, relembrando alguns micos da noite anterior. Bato o olho nela e vejo a bruta dormindo, água quase na boca, prestes a se afogar.

Como eu ia explicar para a mãe da bruta que uma mulher de 1,70m tinha se afogado numa piscina Tony com água na canela?

Levei a bruta pra cama e fui tomar uma cerveja para rebater o porre.

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