maio 07, 2008

Gosto não se discute

Gosto a gente não discute, né? É como bunda: cada um tem a sua e ponto final. Mesmo que fosse baiana a tese do professor Dantas de que baiano tem baixo QI receberia de minha parte críticas duras. Primeiro porque não foi feita uma aferição do mesmo e a opinião do professor não tem base legal ou científica. Segundo, porque a tal tese do professor justifica a má gestão da UFBA, que não necessariamente reflete a "inteligência" de um estado. A Bahia é maior que a UFBA, certo. Terceiro, não gosto de preconceitos. Eu, por exemplo, não gosto de argentinos. Tenho implicância. Mas não os acho repugnantes, não desejo que morram ou muito atribuo a eles as mazelas da humanidade. Como disse no começo, é gosto. E gosto não se discute.

Por isso, não vou discutir a opinião do leitor que postou o seguinte: "Graças à minha profissão tenho oportunidade de viajar pelo país e pelo mundo e de todos os lugares que fui, de todos onde morei, tudo o que pode acontecer de mais estúpido, de mais tosco, mais ridicularmente patético... aconteceu na Bahia ou foi feito por baianos..

Huuuuummmm... é gosto, né?
Não sei por onde o cidadão andou e muito menos sei o que ele andou vendo. Também não sei o que ele entende por estúpido, tosco e patético. O casal Nardoni, por exemplo, é de São Paulo. E o que eles fizeram foi um tanto quanto tosco. O querido padre voador era do Paraná, salvo engano. E sua viagem foi "little bit" patética, não?

Eu mesma posso narrar aqui uma centena de episódios envolvendo o jeito peculiar do baiano. Certa vez, perguntei a um taxista quando ele encerraria o expediente tentando agendar uma possível volta e ouvi como resposta .. "nestante.." ... que em "baianês" significa daqui a pouco.

Acho que todos nós temos o direito de gostar ou não de um lugar. Mas nunca podemos perder uma certa autocrítica ou uma certa dose de razão. Pois vejamos o que diz o leitor..

O episódio do Dantas pelo menos teve um propósito: Alertar. As pessoas não tem muita noção do que é absurdo ou não, por falta de oportunidade, por não conhecer o mundo lá fora para ter uma base comparativa.

Os baianos vão dominar o mundo?
Na Bahia, crianças são arremessadas das janelas todos os dias?
Os baianos causaram a tsunami?
What the hell????

Se eu fosse listar somente as minhas razões pessoais para concordar com o Dantas, iria consumir todos os posts restantes desse blog... A Bahia é patética, sim... Os Baianos - na sua grande maioria, pois jamais irei generalizar, uma vez que tem gente burra em todos os cantos do mundo -- são estúpidos ao extremo. Eu posso falar com convicção total, pois infelizmente nasci nesse lugarzinho ridículo.

Ok. É uma raiva profunda. Com conhecimento de causa, afinal nosso amigo é baiano.
Só acho, meu caro, que assim como o professor Dantas você deve arrumar suas malas e deixar para trás "esse lugarzinho ridículo" lotado de gente estúpida. Não alimente tanta raiva. Isso faz mal para você.

Não amo a Bahia de paixão. Não moraria lá, por exemplo. Mas não vejo o povo baiano como estúpido ou patético. Creio que são generalizações bobas, preconceituosas, que refletem uma série de coisas que um psiquiatra pode explicar melhor que eu.

Pretendo encerrar aqui essa discussão porque, repito, ninguém é obrigado a gostar de nada. Acho que a maior infelicidade do professor Dantas foi tapar o sol com a peneira e não creditar a si a seus colegas a falência de uma das instituições de ensino mais antigas do país. É fácil xingar, é fácil discriminar, excluir, culpar. Mudar é que é difícil.

2 comentários:

Natália disse...

Segundo meu professor de Estética gosto se discute sim! :D
Mas chega de bagunçar o Bulhufas, até porque já deu esse assunto e vamos abafar o caso antes que os xiitas de plantão resolvam reafirmar a suposta falta de inteligência do baiano.
By the way, aquele leitor se enquadrou na categoria ou foi impressão minha?! Já que baianos teriam QI baixo...

Kukla disse...

A Bahia ez a Ivete. Amo de apixão sem ao menos ocnhecer. Patético é a pessoa que falou que o baiano é patético. Ele é baiano?...Patético!