julho 11, 2003

Como é ultrapassar a barreira dos 30?

Honestamente, não sei. Uma amiga me perguntou isso hoje quando me ligou para dar o parabéns. É estranho não ter resposta. Estranho mesmo é saber que ainda me sinto com vinte e poucos anos, sei lá. Não me sinto com idade nenhuma. Sei que perdi a paciência para algumas coisas e passei a gostar de outras. Chamem isso de envelhecer ou qualquer coisa que valha.

Papo brabo esse. Mas dia de aniversário é também dia de reflexão. A gente pára, pensa, reflete. Pelo menos eu faço isso. Pieguices cancerianas. Parando assim para pensar, dá para ficar impressionada com o passar dos dias. Sei que tudo não foi tão rápido e que muita coisa já aconteceu de 1972 até aqui. Mas a gente vai levando, levando, levando, até que um dia abre o olho e está com 70 anos! Exageros à parte, é foda. Acredito ter vivido bem todos esses meus anos, mas penso que eles teriam que ser em dobro para eu poder viver tudo que eu quero.

Por isso, em dia tão significativo, faço um balanço da minha vida e enumero algumas coisas que gostaria de fazer até os meus próximos 31 (62) anos:

- ganhar na loteria (just kidding ...)

- ficar com você ;-)

- reformar meu banheiro

- ver o Vasco ser de novo um time digno da minha torcida

- escrever um filme que enfim chegue às telas

- escrever livros, livros e mais livros

- trabalhar num lugar legal em todos os sentidos (financeiro e humano)

- fazer sempre muitos e novos amigos

- esquecer os velhos e recentes inimigos

- gastar calorias jogando futebol

- curtir o frio de São Pedro no dia 29/6

- rever sempre Serrinha City (apesar de algumas lembranças tristes)

- tomar uns porres com Elisa e Flávia

- jogar conversa fora com amigos bons de papo

- ter um afilhado (porra, alguém pode fazer isso por mim?)

- ganhar muuuuuuuuuuuuuuuito dinheiro

- beber cerveja, comer quibe e pastel

- ouvir e rir das sandices dos amigos e amigas

- escrever em Bulhufas

- morar num país decente

- ir a Salvador e voltar dando de cara com a Lagoa Radorigo de Freitas na saída do Rebouças

- ter um filho

- voltar à Nova Zelândia

Acho que eu já falei sobre isso aqui. Essas pequenas coisas banais que fazem a vida da gente ser um pouco mais interessante e bem menos estressante. As vezes a gente nem se dá conta de que elas existem, mas sem elas tudo seria um pouco mais cinzento (como o dia de hoje). Querem ver?

- Bife a milanesa do Lamas com chope gelado

- Cama quentinha e jornal de sábado numa manhã de primavera

- sexo seguido de piadas bobas e risos mais bobos ainda

- coca-cola light estupidamente gelada

- pijama, edredon, um capítulo de ER, e chuva fina

- café quentinho com pão na chapa

- o mar de Ipanema e o morro Dois Irmãos

- falar mal das pessoas

E tantas outras coisas que não vou mais listar porque senão fica chato.

O que interessa é que hoje é meu aniversário e muita gente querida ligou e tive uma tarde ótima com as pessoas do trabalho. Gosto das coisas assim: simples. Pode ser defeito, sei lá, mas c'est la vie.

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