junho 17, 2003

Marina morena

Recebi por e-mail a coluna do Dapieve publicada hoje no NoMínimo. Gosto mais quando ele escreve sobre assuntos não relacionados a música, já que sou uma ignorante musical. Mas ainda assim sinto prazer ao passar os olhos nas bem boladas frases do coleguinha Dapieve. Na coluna de hoje ele fala sobre a Marina. A Marina Lima. Sabe o que eu mais gostei? Essa gente que acha que MPB porção feminina nasceu com a Marisa Monte, um pouco de flashback na veia para entender que antes das Marisas, Adrianas, Anas e outras, Marina estava lá.

Nas palavras de Dapieve:

Quando a minha geração começou a trabalhar – alguns tocando rock, outros pintando, eu e muitos colegas escrevendo sobre – ela já estava na área. Era uma autora gravada por Gal Costa desde 1977, tinha sido personagem do especial global “Mulher 80”, era a atração maior do Teatro Ipanema no verão 80/81, era a madrinha nem tão involuntária assim do encontro entre músicos e atores que gerou a Blitz. Embora sua porção roqueira fosse tão evidente quanto a sua porção bossanovista, o espírito do punk que empolgou a cultura brasileira durante boa parte da década de 80 do século passado exigia que rompêssemos, à la Brizola, com tudo isso que ali estava. Marina, inclusive. E ela virou uma presença embaraçosa no quadro mais amplo da música popular brasileira: nem roqueira, nem bossanovista, nem nada. Marina.

Adorei. Gosto muito das músicas dela e acho que sua atitude cool-blasé-nem aí dá um toque diferente. Nada de roupas execravelmente exageradas (só as vezes) nada de entrevistas bombásticas. Apenas Marina. Pena que hoje ela não seja a sombra do que era. Sussurra, não canta. Uma pena mesmo. Mas ainda assim, é capaz de escrever coisas como ...

Acorda e vê: há um arco de luz/ Que eu pus lá no céu pra você/ Vem, vem desembrulhar essa cama, esse lar/ Que é seu e pra sempre será.

Manjaram?

Salve, Marina.

Mas ó .. eu não quero o CD Acústico. Quero Criança, o meu favorito.

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