fevereiro 17, 2003

E o sambinha?

Foi show. Pé sujo, cerveja de garrafa, bêbado chato, tudo que um bar pequeno e cheio de charme têm direito. Ontem foi dia de Bip Bip. Fica na Rua Almirante Gonçalves, em Copa. Se você passar muito rápido, nem vê. É pequeno, apertado, mas legal. O bolinho de bacalhau é ruim, a cerveja nem tão gelada, mas o clima é bem interessante. Aquela coisa meio comercial, meio amigos, que só um botequim consegue ter. Pra quem gosta, é programão. Melhor que a Lapa bombante que me lembra os primódios do carnaval de Salvador. Aquela gente na rua, achando tudo legal, música alta. Tem o seu valor, mas tô numa fase pacata.

Nesses lugares pequenos há sempre figuras folclóricas. A começar pelo dono do bar, mal humorado, baixinho, estourado. Seu comparsa, é claro, é magro, calmo e boa praça. Bebem mais que os fregueses. Esses vão chegando aos poucos, tomando lugares, cantando fora do tom, pedindo música e bebendo vinho nesse calor.

Copacabana é um lugar único. Reúne o mais trash ao mais cult. Um filme de Almodóvar fase pré-hollywood. Tudo muito cru. Pós-hollywwod o espanhol cairia bem em Salvador.

Para ficar mais enturmada nesses lugares, preciso aprender umas letras de samba. Sei refrões daquelas músicas que já estão no nosso inconsciente coletivo. Preciso ficar por dentro.

Quem sabe um dia, quando em cansar dessa vida de escriba que só me traz aborrecimentos, largo tudo, abro uma birosca e vou ganhar o pão, ouvindo samba e tomando cerveja.

Até que não seria uma má idéia.

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