dezembro 05, 2002

Pipoca à la grega

O maior mérito de Casamento Grego (My Big Fat Greek Wedding, 2002,EUA) é mostrar que é possível se gostar de alguém, mesmo que essa pessoa não tenha as medidas de Gisele Bundchen ou as feições de Brad Pitt. Filmes sobre mulheres "patinho-feio" que conseguem seduzir seu amados após um bom banho de salão tem aos montes. O inverso também. A diferença nesse caso, é que a personagem principal não precisa mudar. Nada de transformações radicais, ginásticas, plástica ou silicone. Ela continua a mesma. O problema, é sua família.

Toula Portokalos (Nia Vardalos) descobre aos poucos sua vaidade, mesmo que a caracterização inicial da personagem seja forçada. Ela fisga o coração do professor Ian Miller (John Corbett) ainda quando patinho-feio para em seguida, apaixonar-se por ele já na fase mais bonitinha. Ponto para o filme, que por sinal, não é sobre beleza, mas sim sobre família. Essa instituição sagrada que nos envergonha a todo instante. Toula é grega e tenta fugir de seu destino de "casar com um grego, ter filhos gregos e alimenta-los". Toula quer estudar e quer casar com um não-grego. Com a ajuda da mãe e da tia Voula (a impagável Andrea Martin) ela consegue quebrar o ciclo. Namora Ian e convence a família a aceita-lo.

Casamento Grego é um filme desprentesioso e muito engraçado. Custou US$ 5 milhões e faturou 100. Escrito pela própria Nia Vardalos, é uma autobiografia. Originalmente apresentado por ela num teatro em Los Angeles, deve virar seriado no ano que vem. É um filme também sobre sonhos e possiblidade. Um conto de fadas num castelo de colunas romanas. Produzido por Tom Hanks e sua mulher, Rita Wilson, o filme dá sinais de vida "despretensiosa" no cinema independente, mostrando que é possível fazer comédia leve e divertida sem apelar para o besteirol.

Nenhum comentário: