fevereiro 14, 2009

Mickey Rourke



A primeira vez que vi Mickey Rourke na big screen foi num antigo cinema de Copacabana onde hoje é a Le Boy. Fui sozinha assistir a Nove e Meia Semanas de Amor. Saí do cinema com as pernas bambas. Naquela época - e isso diz muito - eu ainda era .. digamos .. inocente. Entendi, com apenas um close no rosto dele, o significado de certos arrepios que sentimos quando alguém realmente nos diz alguma coisa.

Ele foi um ícone do anos 80. Sex Symbol como há muito não se via em Hollywood. Não era certinho como Tom Cruise ou tinha aquela beleza perfeita. Não. Era imperfeito, mas lindo. Fez, de uma tacada, filmes maravilhosos. Com exceção a experimentação estética de Nove Semanas, lembrem-se da época yuppie, emplacou Coração Satânico, O Selvagem da Motocicleta, O Ano do Dragão. Fez muita porcaria também.

Mas nada disso importa para mim. Desde o dia que bati o olho dele em Nove Semana foi amor imediato. Ele sempre foi e sempre será o meu preferido. Já vi tudo dele, já li tudo sobre ele. Devo ter aqui em casa umas 50 revistas com matérias sobre ele. Entre elas, uma Cahier du Cinema AUTOGRAFADA.

O retorno de Mickey ao estrelato com o filme "O Lutador", cujo trailer é (sem trocadilhos) um soco no estômago (e que coloco aqui para vocês), me deixa feliz. Hoje, Mickey Rourke não me causa alvoroços ou tremedeiras. Mas ainda é o meu preferido. Além de um puta ator, representa o que eu acho de mais interessante em um homem. O olhar cafajeste, a voz baixa, o jeito rebelde, o que é do contra. Claro que não fecho os olhos a sua decadência física, mas pra mim, pouco importa. Quero muito que ele ganhe o Oscar e só não vou ver a premiação porque estarei trabalhando.

Se ele ganhar a estatueta, fico pensando quanto valerá minha revista autografada ou a sequencia de fotos que tirei com ele quando ele veio ao Brasil.

Sim, eu vi Mickey Rourke de perto. Sim, eu tenho uma foto com ele.
Muito antes do Barack Obama, eu entendi que Yes, I Can.

E como eu consegui a foto?

Bem ... Mickey Rourke veio ao Brasil em 1989 filmar aquela coisa tosca que seria uma continuição de Nove e Meia Semanas de Amor chamada Orquídea Selvagem. Um dia cheguei em casa e vi uma nota no jornal sobre uma ida dele à praia. Olhei para minha mãe e disse ... Why not? Quando teria aquela chance de novo??

Minha mãe, que é tão doida quanto eu - thanks God! - topou a aventura de ir até PETRÓPOLIS (eles estavam filmando no Quitandinha) para tentarmos tirar uma foto com ele. Minha irmã Laura, que hoje tem 20 anos, era um bebê. Isso .. um bebê. Fomos eu, minha mãe, Laura, Fabiana (minha amiga de infância) e sua mãe, Inês. Tresloucadas, certo? Correto. Mas fomos. Eu estava tão excitada que fiz as mamadeiras da minha irmã mas esqueci de colocar os bicos. Minhas mãe ficou uma feeeera!

Pois bem .. quantos fãs de Mickey Rourke no Brasil fizeram isso? Eu. O set era tão tranquilo que nenhum segurança sequer fez menção de barrar a gente. Talvez a cena do bebê tenha comovido o staff. Para sorte - quando o universo quer, ele conspira - uma conhecida nossa era dublê de corpo da Carrie Otis e fecilitou as coisas.

Disseram que ele estava no camarim se preparando para uma cena e nos pediram para esperar. Ficamos - pasmem - "conversando" com Jacqueline Bisset que foi logo querendo ver minha irmã. Bebês sempre ajudam nessa hora, eu aprendi. Tão sem graça ela estava - de casaquinho branco, sem maquiagem - que minha mãe nem a reconheceu.

Demorou um tempo até que ele saisse. Na hora, foi tudo tão rápido que eu nem vi se ele era alto, gordo, magro ou bonito. Foto, foto, foto ... Na descida, não paramos de falar um minuto!!!

Corri para revelar o filme. Aquela expectativa de 24h .. abro o envelope e .. puxa .. em todas as fotos ele saiu de perfil. Que saco! Ficamos desapontadas e no sábado seguinte, liguei para Fabiana e propus que fossemos ao Sheraton repetir a sessão de fotos. Eu tinha lido que todo o staff estava lá.

E ela? Topou! Ainda bem que eu só ando com gente doida .. Fomos para o hotel e ficamos lá esperando ele chegar de uma gravação no Recreio. Quando ele chegou, isso já era de noite (chegamos no hotel de tarde), nos reconheceu e muito solícito, tirou novas fotos!!!

Agradecemos e saímos. Quando tomamos certa distância do hotel começamos a gritar. UAU!! Corri para revelar e dessa vez .. bingo!!!!

A foto hoje está guardada até que eu remonte minha casa, que passa por ampla processo de reestruturação. Ganhará destaque assim como todas as revistas que tenho dele.

Mickey foi, é e sempre será o meu favorito.
E torço muito que ele ganhe o Oscar.
Sim, eu tenho um coração de vez em quando.
E que bate acelerado pelo hoje vovô Mickey.

Um comentário:

Natália disse...

Eu adooorei a história.
Podia perfeitamente ser roteiro de filme da sessão da tarde (com todo respeito, course!)
Consegui imaginar cada detalhe da história. Gostei mesmo!

=**