junho 27, 2003

Um coração de gelo

Todo dia fico babando de sono até beber a primeira xícara de café. Que coisa. O estado letárgico fica tão gritando, que ontem chegando no trabalho um palhaço virou-se pra mim e disse:

- Que sono, hein?

Quase respondi. "É, tô com sono mesmo, problema meu". Mas preferi rir e seguir adiante como quem diz .. "é isso mesmo, meu filho, tô com um sono filho da puta". Apesar do café da manhã regado, tava babando na gravata. Como ontem foi o último dia de aula do primeiro módulo do Espanhol, minhas colegas da terceira idade levaram bolo, sanduíches, sucos, tortas. Espetáculo.

Gostaria ser mais dada a essas festividades sociais. Mas sou bicho do mato e participo mais por obrigação. Já fui pior, confesso. Hoje converso, faço piadinhas, só não sou muito dada a contatos físicos.

Não gosto dessa gente abraça, aperta, beija. Ai que horror! Nesse ponto sou meio britânica. Nada que um aperto de mão, um sorriso, resolva.

É isso minha gente. Não é errado ser assim. Contato físico é coisa rara no meu repertório. É coisa para uns poucos e privilegiados.

Não. Não sou a mulher gelo. Eu gosto das pessoas, só demonstro de maneira diferente. Gestos falam mais que palavras. E como falam!!!

Sou sentimental, sou de câncer. Fico chateada quando me chamam de boba. Sou capaz de cortar um dedo por um amigo querido. Mas não me venham com salamaleques beijoqueiros. Não gosto.

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