Os nerds também amam
Jerry Lewis é o que os entendidos chamam de comediante físico. Aquela cara que usa o corpo para fazer a gente ri. Não foi o primeiro, mas criou aquele tipo de humor mais besteirol, visual, que hoje vemos em filmes como Apertem os cintos o piloto sumiu e Todo mundo em pânico. Apesar da voz ridícula que a dublagem brasileira deu a ele, Jerry Lewis é rei. Imbatível em caretas, engraçadíssimo em suas gags e no jeito "sem jeito".
Porque falo dele?
Passei o domingo vendo Professor Aloprado (The Nutty Professor, 1963), escrito e dirigido pelo próprio Lewis (com a colaboração de Bill Richmond). Sem Dean Martin, Lewis brilha sozinho na releitura do clássico O Médido e o Monstro. Anos depois, o filme ganhou a releitura de Eddie Murphy. Bobinha, mas vamos lá. Pipoca na cabeça. Professor Kelp é feio, nerd, desengonçado. Buddy Love é um galã canastrão, sedutor, repugnante e ao mesmo tempo irresistível. Os dois são a mesma pessoa, graças a uma poção criada por Kelp. Humilhado, o professor cria o alter-ego de seus sonhos. Tomado pelo desejo de ser amado, Kelp se excede cada vez mais. Ignora os conselhos de seu pássaro-falante e se torna um monstro, híbrido e infeliz.
Apesar da mensagem piegas do final, assista inúmeras vezes ao encontro de Buddy com o barman do bar frequentado pelos alunos. E morra de rir com a chegada de Kelp na academia de ginástica. Vale também pela criatividade na apresentação dos créditos finais.
Lewis é rei.
Algumas curiosidadeas: Lewis foi produtor-executivo dos filmes de Murphy; Bill Richmond atuou na maioria dos filmes que escreveu com Lewis.
março 11, 2003
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