julho 08, 2006

Por onde andei - Parte I

Queria ter começado isso ontem, mas o laptop não conectava de jeito nenhum. Tive a idéia no carro. Como vou viajar muito nos próximos meses e logo na primeira parada as bizarrices começaram a acontecer, resolvi seguir o lampejo do colega de trabalho. A partir de aqui começo um diário de viagem. Nara on the road. Sem o glamour do Kerouac, mas olhando a estrada do meu jeito.

No som, Ben Harper. Ótima companhia de viagem. O primeiro destino foi Itaperuna. Eu disse que era sem glamour ...

Cinco horas de viagem. Saí do Rio às 8h. Peguei a ponte fresquinha e segui pela Lagos até Campos. Primeira parada no Queijão, praticamente o rei de estrada. Queijão é uma parada honesta. Tem um ótimo pão de queijo, mas um dono tão ganancioso ou uma despensa tão pequena que o balcão é amontoado de coisa e você tem que fazer seu lanche - qualquer que seja - na mesa. No queijão há queijo, é claro. Mas tem um tonel de cachaça enorme. Tirei foto. E vende lá um das coisas mais estranhas que já vi: o pingo bier. No início eu achei que era um adoçante, mas quando li o rótulo me deparei com a seguinte frase: "transforma sua cerveja em chope escuro".

Hein???

Eu tirei foto e vou postar assim que der. Se o Pingo Bier não custasse R$ 12 teria comprado vários para os amigos. Afinal, ele transforma a cerveja em chope escuro com apenas algumas gotas. Um café e um pão de queijo depois seguimos na estrada. Há paisangens realmente belas. Montanhas e mais montanhas. A gente se depara com uma imensidão tão diferente do que se vem à mente quando se pensa em Rio de Janeiro.

Subimos uma linda serra que desembocou em Araruama. Dali até Rio das Ostras e, salvo engano, em Cabo Frio há uma paisagem digna de filme .. uma ponte em ruínas, linda, linda ..

Adoro viajar de carro. Poderia cruzar qualquer país de carro. Registro as cenas como uma máquina. Na próxima viagem penso em levar uma máquina, mas viajando com um fotógrafo fica até chato querer bancar alguém que fotografa. Chegamos a Campos e fizemos uma parada para um xixi. Campos tem na estrada aquele cheiro ruim de cana. A paisagem é seca, árida e o sol forte. Uma hora depois entramos em Itaperuna. E a partir daí um sotaque mineiro domina o ambiente. A recepcionista do hotel foi de uma simpatia só e segurou o fechamento do restaurante para a trepidante equipe almoçar. Simpatia não é o forte dos Itaperunenses. Demos azar porque pegamos um garçom meio gago e muito mal humorado.

- A senhora quer beber o que?
- Uma coca light.
- 600ml ou lata?
- Tem aquela de garrafa?
- 600 ml ou lata!
- Lata.

Ok, ok .. depois meu amigo pediu um suco e ele já trouxe com açúcar. Quando meu amigo disse que não queria com açúcar, ele saiu com o copo olhando para trás! Super macho.

Fomos para o local do compromisso e uma leve batida entre dois carros na ponte da cidade causou caos no trânsito itaperunense. Na esquina, a guardinha foi avisada pela vendedora da loja de móveis, que irritada, gritava:

- Vai lá! Vai lá!!

Pois é .. trânsito e caos em Itaperuna. Vejam só .. não pegamos engarrafamento no Rio e ficamos cinco minutos curtindo a ponte de Itaperuna.

Chegamos no local com uma certa antecedência e é aquilo .. dia de acontecimento em cidade do interior é dia que o pessoal bota a roupa de missa. Cada modelo de doer. De noite no hotel fui descansar. Estava podre. Tomei um banho e curti o último capítulo da novela que eu não vi e pouco entendi. Dormi mal e no retorno, agora por Silva Jardim e Casimiro de Abreu, vi paisagens menos interessantes.

2 comentários:

Bahia disse...

Nossa, você escreve muito (em ambos os sentidos). Gostei do seu blog. Depois que li este post fiquei com uma baita vontade de viajar.

Anônimo disse...

Ai gostei, mas só pra vc saber, a ponte é em Barra de São João, terra do poeta Casimiro de Abreu, depois vem Rio das Ostras,local onde moro. Bjs.